Etnodesenvolvimento: a construção do conceito na perspectiva étnica

Este livro é o trabalho de Paulo Edison de Oliveira Índio e Felipe Nascimento no curso de especialização em Tecnologia Social e Economia Solidária na Unicamp. No anos de 2009 e 2010.

Livro_Trabalho de Conclusao de Curso _UNICAMP_Etnodesenvolvimento

Projeto de Etnodesenvolvimento e Economia Solidária Fomento:SENAES – MTE 2009/2010

A CONAQ – Coordenação Nacional de Articulação das Comunidades Negras Rurais Quilombolas,  em Parceria com a SOLTEC – URFJ, ganharam o edital da SENAES- MTE de Etnodesenvolvimento e Economia Solidária.

O objetivo central do projeto é contribuir para o etnodesenvolvimento com foco no fortalecimento das organizações dos quilombolas e na Economia Solidária como seu pilar estruturante.

Atuará em 11 Estados, 43 municípios, 105 comunidades junto a aproximadamente 7.589 famílias.

Suas ações se desenvolverão nos territórios aonde o projeto já atuava, priorizando os territórios da cidadania.

É importante enfatizar, a proposta optou por concentrar suas ações em determinados territórios onde existe uma ambiência propício para o fortalecimento dos empreendimentos econômicos solidários.


Sds Solidárias
Paulo Edison Índio
www.ivoz.org.br
www.nucleofortec.org.br/
http://projetoespetaculo.wordpress.com
http://etnodesenvolvimento-esteticanegra.blogspot.com/
55 11 73006152

SEMINÁRIO NACIONAL AFRICANIDADES E AFRODESCENDÊNCIA: FORMAÇÃO DE PROFESSORES PARA A EDUCAÇÃO DAS RELAÇÕES ÉTNICAS

SEMINÁRIO NACIONAL AFRICANIDADES E AFRODESCENDÊNCIA: FORMAÇÃO DE PROFESSORES PARA A EDUCAÇÃO DAS RELAÇÕES ÉTNICAS

23 a 27 de março de 2009 – Fortaleza – Ceará

No seminário nacional “Africanidades e afrodescendência: formação de professores para a educação das relações étnicas”, evento realizado em Fortaleza, no Ceará, entre os dias 23 e 27 de março, nas unidades de educação da Universidade Federal do Ceará (UFC) e em espaços sindicais e culturais, estiveram presentes professores das redes de educação pública e privada, pesquisadores dos temas da afrodescendência, estudantes de graduação e pós-graduação, membros dos movimentos sociais e sindicais, moradores de comunidades de quilombos.
As atividades foram muito ricas nas suas formatações e nos assuntos apresentados e debatidos nas palestras e oficinas. Houve diversificação nos campos de formação dentro da ótica da interdisciplinaridade, com abrangência na formação das disciplinas de Educação Física, Matemática, Informática, Biologia, Literatura, Cultura e História, subsidiando conteúdos didáticos – teóricos e práticos – para a formação de educadores, com vistas à efetivação da lei 10.639/03.
Primeiramente (e de extrema importância), é necessário concatenar a história através de pesquisadores, pois a história dos afrodescentes já existe, mas o real plano piloto a ser apresentado não é articulado realmente. A concatenação de nossa história afrodescendente, ao ser compilada e já apresentada pelos movimentos sociais, será um episódio de grande ruptura, ou até mesmo um quase ato revolucionário. Os movimentos sociais, com isto, irão preconizar um grande vislumbre para a nação, ou até mesmo poderão sobrepujar o meio acadêmico, que emperra o processo criativo de nossos intelectuais orgânicos.
É fato o não cumprimento dos conteúdos indicados pela LDB para o ensino básico de educação. É justamente por sua capacidade libertadora que esses conteúdos têm sido evitados nos cursos de licenciatura e Pedagogia das universidades brasileiras. Hoje, a história oficial acadêmica não retrata a realidade dos séculos vividos pelo povo negro no Brasil. É preciso um enfoque original, com base na filosofia africana e sua cosmovisão, enfatizando os conceitos teórico-práticos de ancestralidade do corpo, assim como as teses sobre raça e território enquanto dinâmicas dos espaços geográficos da negritude. Elas trazem à tona as continuidades existentes na grande diversidade de manifestações das culturas de matriz africana, as experiências específicas das populações negras na sociedade brasileira, levando em conta a diversidade de origens com a presença de outras etnias e a variedade de localidades brasileiras.
Em sua palestra, o filósofo e pedagogo Jacques Gauthier citou a palavra sociopoética e esclareceu sua essência, remetendo-me a episódios da minha própria infância, onde (eu não entendia muito bem) minha mãe, tia e avós sempre comentavam sobre os fatos que tinham presenciado, ou sobre outros transmitidos oralmente, reconhecidos ou transferidos, dos saberes de meus ancestrais, sobre suas experiências medicinais, práticas de saúde, religiosidade, movimentos do corpo na dança, festas, rituais e conhecimentos de terceiras religiões que não seguiam a sua filosofia, mas dividiam algumas crenças; o ecumenismo.
Estes conhecimentos podem ser remetidos a pesquisa sociopoética, que é um método novo de construção do conhecimento coletivo, cujos princípios são a valorização dos sujeitos da pesquisa como co-responsáveis pelos saberes produzidos, o reconhecimento da importância do corpo, da criatividade do tipo artística, considerando a dimensão eticoestética e política da produção do conhecimento. A sociopoética se apresenta como uma caixa de várias ferramentas, que permite desenvolver a produção do conhecimento, levando em conta os processos subjetivos e comprometendo-se com uma maior autonomia dos envolvidos e valorização de saberes diversos (científico, filosófico, artístico, intuitivo), respeitando as suas diferenças.
Além disso, como toda construção humana, toma a produção de conhecimento como interessada e politicamente objetivada. Na essência, a sociopoética considera o corpo inteiro – emocional, intuitivo, sensível, sensual, gestual, racional, imaginativo – como fonte de conhecimento. Segundo Gauthier et al. (1998, p.173): “[…] é uma característica da sociopoética buscar além (ou dentro) do corpo, um outro corpo […] um corpo recalcado […] Este corpo sabe […] muito mais do que a fala explícita e consciente, muito mais do que a razão”.
Hoje, as estruturas governamentais acadêmicas e as metodologias de extração do conhecimento e multiplicação do saber para a população brasileira negra são viabilizadas e formatadas no estilo eurocêntrico. Elas não retratam a raiz da situação de forma funcional, as realidades, carências e anseios de aprendizagem deste povo. Soluções sociais para a população negra sempre esbarram e desafiam o modelo capitalista vigente. O direito autoral neoliberal do saber, por exemplo, é uma das ferramentas que dificultam a socialização e oficialização de novos conhecimentos ou conteúdos base da racionalidade, assim como a dinâmica temporal de estrutura e transferência de conhecimento de ensino. Portanto, a valorização da cultura afrodescendente tem que ser imediata, sobrepondo-se a todas as vias que não têm respeito pela igualdade racial e fazem sucumbir mitos, folclores e culturas populares. É preciso reafirmar as ciências dos conhecimentos ancestrais africanos e afrodescedentes.
Durante o seminário, foi chamada atenção sobre a importância da inserção dos movimentos sociais organizados na Conferência Nacional de Educação (CONAE), que acontece de 23 a 27 de abril de 2010, em Brasília. No evento, será debatido o Plano Nacional de Educação e suas diretrizes e estratégias de ação propostas pelo Ministério da Educação (MEC).
Outra pauta importante são os veículos comunicação como auxiliares na questão de ensino e valorização da aprendizagem intelectual para a população brasileira, que faz uso largamente dos aparelhos de televisão no seu cotidiano. A mídia trabalha muito bem, atingindo seus objetivos, em relação a desmobilização dos interesses dos movimentos sociais e das entidades da classe trabalhadora. Ela vende, por imagens, o capitalismo desenfreado ao povo, que em geral mantém gestos e comportamentos de repetição e contemplação.
A TV Pública é o fato novo e uma alternativa perante essa realidade, onde os parceiros sociais devem estar na composição e gerenciamento, apresentando outra via contra as redes nacionais de televisão que produzem novelas e programas com roteiros e enredos que desconsideram as relações raciais, o preconceito e a discriminação. Essas emissoras colocam o sujeito negro como idealizador e propagador do próprio preconceito, de transgressões políticas financeiras, e reforçam um estereótipo negativo na formulação de seus personagens. O mesmo ocorre em seus telejornais, cujas reportagens descaracterizam conceitos construídos pela luta de combate à discriminação racial no Brasil.
A mídia, no geral, tem diminuído o espaço para divulgação e promoção de atividades, manifestações e eventos relacionados a datas históricas, ou fatos, ou casos de racismo, ou para expor pontos-de-vista do movimento negro organizado, procurando na maioria das vezes ouvir ou dar espaço a pessoas que não têm relação com a luta de combate ao racismo. Em outros casos, as emissoras distorcem o conteúdo das matérias para dar vazão à posição da empresa jornalística. Por isso, a CUT e os movimentos sociais devem estar presentes nas conferências de comunicação, para contribuir e construir a mudança através da TV Pública, elaborando um programa sócio-cultural de igualdade racial, reparação histórica do povo negro, valorização da diversidade daqueles que construíram esse país, não só para a classe trabalhadora atual, mas também para os futuros trabalhadores da sociedade brasileira.
Ao longo do seminário e seus debates, podemos concluir que houve avanços com bases objetivas para esta luta na educação, na elaboração e prática científica, filosófica, cultural, nas estruturas revolucionárias que servem como elemento estratégico para a luta socialista pela igualdade racial. Na atualidade, esta afirmação significa que o sujeito revolucionário deve ser pensado no plural e na transferência de conhecimento articulado.
Pesquisas e estatísticas expõem a realidade das desigualdades sócio-culturais do povo negro como questão de classe, condição econômica e estrutura produtiva. No Brasil, as estruturas que erguem as desigualdades têm um componente racial poderoso e que não se restringe a uma simples herança histórica da escravidão. Elas são estruturais e históricas, transcendem os diferentes regimes políticos e modos de produção, porque pautam os elementos fenótipos como um dos fundamentos das relações sociais brasileiras. Mas a educação revolucionária dará autoestima e subsídios para uma estrutura socioeconômica e cultural para este povo brasileiro. Porque o conhecimento liberta.

Manoel Nascimento

Diretor Sindicato dos Aeroviarios POA

Membro da CECDR / CUT-RS

Apresentações

CARTA DE PRINCÍPIOS – Rede de Ativismo da Economia Solidária e Etnodesenvolvimento

Nos dias 20 e 21 de março foi realizado o I seminário de Etnodesenvolvimento e Economia Solidária em Juiz de Fora com a participação três vereadores do Partido do Trabalhadores, cooperativa dos professores de capoeira, representantes dos catadores, empreendimentos etnicos, incubadora da universidade de Juiz de Fora, representantes do Fórum regional de economia solidária da Zona da Mata, representantes do Movimento Negro Unificado, representantes sindicalistas, SENAES, cooperativa social de portadores de necessidades especias e IVOZ.

Criado a REDE DE ETNODESENVOLVIMENTO E ECONOMIA SOLIDÁRIA de Juiz de Fora e região .

Como deliberação foi formulada e aprovada a carta de príncipios da Rede

REDE DE ATIVISMO DA ECONOMIA SOLIDÁRIA E ETNODESENVOLVIMENTO

CARTA DE PRINCÍPIOS

A terra é um espaço gerador de sociabilidade, ora, logo temos então um locus de preservação cultural que ao mesmo tempo é uma

reconstrução cultural. Dessa maneira, é comum e eficiente se descrever o

conceito afrodescendente como o indivíduo que se recria através da

metamorfose cultural ante as intempestivas investidas conjunturais do

pensamento eurocêntrico, que se dirige aos diferentes espaços do mundo.

O negro brasileiro, doravante, inicia seu processo de filosofia hermética.

A luta por ‘posição’ é a lógica que justifica e rege os ideais, e firma

categoricamente a concepção de identidade dentro da nação brasileira.

Sociologicamente pode-se dizer que os afrodescendentes reiniciaram o

processo de civilização interrompido na África. Os negros se fazem presentes na

luta de seu espaço transformando brandamente as relações do ‘Capital’.”

Luis Felipe da Silva Nascimento

Os trabalhadores da Economia Solidária do Município de Juiz de Fora e região da Zona da Mata, vem a público apresentar sua Carta de Princípios, aprovada durante a realização do I Seminário de Economia Solidária e Etnodesenvolvimento realizado nos dias 20 e 21 de março de 2009 no Auditório do Sindicato dos Metalúrgicos, sito à Rua Floriano Peixoto, nº 72, em Juiz de Fora – MG .

Está em curso um outro modelo de processo civilizatório a partir do qual a humanidade reedita marcos identitários capazes de revigorar valores éticos suficientes para transportar as populações, particularmente aquelas historicamente excluídas dos privilégios hierarquizados, a uma posição de vida humanizada, emancipada e autogestionável. Os atuais símbolos de poder e hegemonia, mais do que nunca, sentem estremecer o chão a seus pés, com perspectivas definitivamente comprometedoras das premissas de reversão do quadro de instabilidade financeira, econômica e cultural na forma como se apresenta, desde a fundação do Estado Moderno. Por meio de uma releitura crítica sobre os ideários desestruturantes promovidos pelo acúmulo de bens materiais, exploração e expropriação de conhecimentos e elaborações culturais, exaberbação dos individualismos, destruição da natureza pela poluição do ar e das águas, desmatamentos, indústria de armamentos, fundamentalismos e racismos, a humanidade percebe o grande equívoco provocado pela idéia de que o ser humano era o centro do sistema.

O outro mundo possível, cujas matrizes encontram-se em desenvolvimento, assenta-se em premissas distintas das fundadas pela racionalidade ocidentalizadora, das quais o principal legado às futuras gerações é a desigualdade em todos os níveis, o trabalho alienante como forma de sobrevivência, o não acesso à educação de boa qualidade, os serviços de atendimento à saúde privatizados, a violência institucionalizada. Nele, as interações humanas ocorrem solidariamente, coletivamente, com a possibilidade de transformar os possíveis conflitos em traços identitários de humanização e auto-emancipação. Permite a condução da humanidade das periferias para o núcleo central numa perspectiva filosófica e propositiva, num perene ir e vir, reconstrutor das práticas a serem vivenciadas em sociedade. Tem por inspiração o patrimônio histórico das ancestralidades. Em consequência, ao exercitar uma nova ética, respeitando os saberes locais, ancestrais, endógenos e participativos, nas relações com o Estado fará surgir outra economia sob princípios de autogestão e solidariedade; etnodesenvolvimentistas.

Inúmeras experiências vêm se acumulando no decorrer da história neste sentido, desde as organizações quilombolas, cujo exemplo mais significativo em território brasileiro, se traduz na histórica luta de Palmares. Podem então ser citados: o Banco Quilombola, Moda e Estética Afro, as Casas de Farinha, Artesanato, Turismo Étnico, Pesca Artesanal, Empreendimentos Culturais, entre outras iniciativas no interior da atual sociedade.

Orientam-se pelos princípios da economia solidária: uso responsável dos recursos naturais, o comércio justo e solidário, a democratização do acesso a tecnologias, decisão coletiva dos recursos econômicos e o combate a todas as formas de discriminação e exploração do trabalho.

Esse transcorrer histórico e solidário transforma-se cotidianamente por meio da reflexão e socialização dos conhecimentos reelaborados e sitematizados, rompendo com a lógica exclusivista da dimensão econômica para galgar os universos interacionais da simbologia e das subjetividades, desconstruindo assim a crença taylorista que prevê o engajamento dos trabalhadores unicamente pelo viés econômico e material.

Na linha do tempo histórico, distancia-se dialeticamente da mera linearidade, transpondo os tempos rumo ao outro mundo possível, no qual, sem abrir mão dos saberes tradicionais, do conhecimento ancestral, avança para as interrelações transdisciplinares com o Estado.

Sob esta ótica, numa perspectiva das cosmovisões historicamente negadas, revisita-se a proposição Raça e Território (MNU – 1998) adentrando de forma a ressignificar o século 21, inserindo o Etnodesenvolvimento como categoria de análise, para além do campo conceitual.

A consolidação destas premissas está prevista com a implementação do plano de ação a seguir e pelo engajamento dos e das ativistas da Rede Solidária de Economia e Etnodesenvolvimento:

– promover a pesquisa ação como método;

– construir um modelo de organização econômico que possibilite um sistema de

troca de informações e ação, através da pesquisa ação e extensão protagonizada pelas comunidades.

– implementar a Rede de Etnodesenvolvimento e Economia Solidária em todo território latino americano;

– possibilitar o reconhecimento das ancestralidades pelos seus sujeitos históricos;

– promover ações que permitam o etnodesenvolvimento sóciocultural e economico das comunidades compostas por povos tradicionais;

– empoderar economicamente os trabalhadores dos setores econômicos: artesanato, catadores, produção estética; manifestações artísticas, capoeira, vestuário e outros;

– fomentar o diálogo entre as comunidades;

– ampliar e fortalecer a rede das comunidades no entorno dos municípios articulados pela rede no intuito de criar estratégias de auto-sustentabilidade baseando-se nos princípios do etnodesenvolvimento e da economia solidária;

– democratizar a informação e o conhecimento desenvolvido por meio das novas tecnologias: blogs, Web rádio e IPTV;

– desenvolver um modelo de comunicação que utilize as mídias digitais e democratize o conhecimento na criação de uma linguagem audiovisual e estética dos produtos e serviços;

– viabilizar formas de divulgar as informações necessárias aos trabalhadores nas comunidades em geral, no sentido de assegurar o conhecimento dos seus direitos, assim como a acessibilidade aos meios para concretiza-los;

– desenvolver estratégias de formação de agentes locais de etnodesenvolvimento;

– desenvolver instrumentais de planejamento econômicos, como plano de negócios, planejamento e plano de distribuição;

– incentivar a criação dos Bancos Comunitários para o desenvolvimento e investimento local;

– propiciar uma política de capacitação e estimulo a participação da juventude das comunidades.

– criar oficinas que possibilitem a capacitação para o processo de organização dos setores econômicos;

– realizar curso de formação e capacitação para elaboração de projetos visando real acesso aos programas dos Governos;

– realizar cursos de capacitação para geração de renda e estabelecer parcerias com as municipalidades;

– desenvolver um IPTV comunitário para intensificar a comunicação e o acesso sócio-cultural-economico das novas tecnologias.

JUIZ DE FORA, 22 de março de 2009.

Começa Hoje o 1º Seminário de Economia Solidária e Etnodesenvolvimento de Juiz de Fora e Região

Começa Hoje o 1º Seminário de Economia Solidária e Etnodesenvolvimento
Abertura: 20 de março – 18h30min
Local: Auditório do Sindicato dos Metalúrgicos (Rua Floriano Peixoto, 72 – Centro)

20 e 21 de março – sexta-feira e sábado

* Realização: Trabalhadores da Economia Solidária do Município de Juiz de Fora e região da Zona da Mata


1º Encontro Estadual das Comunidades e Povos Tradicionais de Rondônia

Companheiras e companheiros;

Nos dias 16, 17 e 18 de fevereiro, em Porto Velho/RO, ocorreu o 1º Encontro Estadual das Comunidades e Povos Tradicionais de Rondônia. Participei da atividade, representando o Projeto Brasil Local (Senaes); contribuindo no tema da Economia Solidária e do Etnodesenvolvimento. Além da riqueza das discussões, dois pontos foram chave na atividade: 1) a elaboração da Carta de Rondônia (em anexo) e a constituição de uma coordenação estadual. Na Carta, a Economia Solidária e Etnodesenvolvimento foram incluídos enquanto eixos centrais na política de desenvolvimento sustentável para estas populações. 

Saudações solidárias

Quêner Chaves

 

Veja na página de notícias.

O Retorno ao Território

…”o território habitado cria novas sinergias e acaba por impor, ao mundo, uma revanche. Seu papel ativo faz-nos pensar no início da História, ainda que nada seja como antes.

Daí essa metáfora do retorno.

O território são formas, mas o território usado são objetos e ações, sinônimo de espaço humano, espaço habitado. É o uso do território, e não o território em si mesmo, que faz dele objeto da  análise social.

Trata-se de uma forma impura, um híbrido, uma noção que, por isso mesmo, carece de constante revisão histórica.

Seu entendimento é, pois, fundamental para afastar o risco de alienação, o risco da perda do sentido da existência individual e coletiva, o risco de renúncia ao futuro.

Em uma palavra: caminhamos, ao longo dos séculos, da antiga comunhão individual dos lugares com o Universo à comunhão hoje global: a interdependência universal dos lugares é a nova realidade do território.”

Milton Santos- Espaço Cidadão